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Atenção! Soft skills não são uma lista de autodeclarações

Por: Leandro De Almeida

10/10/2022 - Atualizado em 11 de abril de 2023

O dia a dia das candidatas e candidatos não é nada pacato.

Devido à possibilidade do trabalho remoto e da diversidade de vagas vindas dele, em alguns momentos a quantidade de processos seletivos em andamento é proporcional ao tamanho da vontade e da necessidade de se conseguir um novo trabalho. São dias desafiadores envolvendo controle de ansiedade e manutenção de propósitos.

Já no início deste processo, durante a elaboração do principal material para a conquista de uma vaga, pode até surgir um conflito a respeito de como deve ser seu título: em latim ou português? “Curriculum vitae” ou “Currículo”?

Quando se opta pela primeira opção surge, ainda que no nível da curiosidade, a dúvida em relação à pronúncia do termo Vitae - que, esclareça-se, deve ser pronunciado como “vite”.

Em sua literalidade, este documento se refere ao registro de uma trajetória de vida. Mas na prática, em relação à sua finalidade atual, não se trata de um apanhado de fatos que moldaram um indivíduo, mas sim de um documento com um propósito bastante formal e direto. Um elemento chave num processo que pode ser cruel quando cercado de expectativas que precisam ser correspondidas rapidamente.

Atenção! Soft skills não são uma lista de autodeclarações

As soft skills

Diante deste cenário tenso é um acalento imaginar que nem tudo é peso e formalidade na tarefa de descrever que tipo de profissional nós somos.  

A possibilidade de incluir neste material certas características positivas que identificamos em nós mesmos, e que também têm grande valor para o mundo corporativo, é um suspiro de alívio para quem está diante de uma tarefa que envolve certa tensão e ameaças de rejeição.

As soft skills podem ser post-its dourados que iluminam o quadro mental de quem está em busca de emprego. Um potente aliado que fortalece a autoestima e que é cada vez mais bem-vindo ao imprimir características humanas mensuráveis às equipes.

Diagnóstico e autodiagnóstico

O profissional e o ser humano são a mesma pessoa. E o que ele tem a oferecer é um conjunto de atitudes: a prática do que ele tem como repertório.

Quando as pessoas responsáveis pelo recrutamento nas empresas expõem seu desejo de encontrar um candidato ou uma candidata com determinadas habilidades, desejam se deparar com alguém capaz de agir positivamente em nome da empresa. E estão cientes de que os currículos podem ser transformados em uma listagem de autodeclarações inconsistentes.

A inclusão de habilidades como flexibilidade, motivação e espírito colaborativo pode não passar de uma estratégia para atrair recrutadores. Se elas não forem identificadas através dos métodos dos profissionais da área de recursos humanos elas não serão consideradas na definição de uma contratação.

As soft skills e o Pecege

Entre 2019 e 2022 o Pecege quadruplicou o seu quadro de colaboradores.

Manter a boa comunicação, a produtividade e a harmonia numa estrutura humana que cresce rapidamente, só é possível se as pessoas envolvidas neste feito estiverem em sintonia com um propósito único e sejam passíveis de boa convivência e comprometidos com a colaboração mútua.

É importante que os candidatos se dediquem a traçar um perfil sobre si mesmos unindo suas impressões e os feedbacks recebidos ao longo da vida e analisem quais as soft skills de grande valor eles realmente possuem.

Os processos seletivos não acabam na contratação. O dia a dia do trabalho vai exigir a comprovação das características declaradas em currículo e demonstradas durante uma entrevista. O ambiente de trabalho é como a vida: mostramos quem somos com cada uma de nossas ações.

É perfeitamente possível, por exemplo, ser uma programadora não praticante, mas não se pode ter uma pessoa colaborativa não praticante. As soft skills são mais evidentes que as hard skills.

Os caminhos pela busca do primeiro emprego, de um novo trabalho ou de recolocação no mercado podem ter muitos pontos em comum. Um deles está na forma como os candidatos se apresentam e quanto podem sustentar os atributos que declaram possuir.

As soft skills são um alento aos candidatos, mas para os recrutadores e líderes, são um conjunto de características humanas a serviço de uma finalidade. Embora não exijam certificado, também precisam ser comprovadas.