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Inteligência Artificial: o ensinar e o aprender

Por: Leandro De Almeida

06/06/2023 - Atualizado em 24 de julho de 2023

As primeiras faíscas de esforços práticos e reais direcionados à criação de inteligências artificiais se acenderam aqui e ali em meados dos anos 50 do século XX em mentes visionárias como as de Alan Turing e John McCarthy – embora seja muito provável que tenha havido muitos outros gênios que participaram desse processo mas não tiveram seus nomes gravados na história.

As dedicações neste período se concentraram em encontrar formas de permitir que as máquinas desenvolvessem processamentos lógicos complexos e pudessem, depois de todo este esforço, entregar algo que se  aproximasse de alguns dos impulsos mais primários e naturais dos seres humanos.

Essas pessoas iluminadas e sonhadoras estiveram ampliando conceitos e buscando o sucesso numa das tarefas mais nobres da humanidade: ensinar a pensar.

De lá para cá esta tarefa ganhou esforços monumentais e efeitos proporcionais.

As máquinas aprenderam muito.

Mas nós, humanos, aprendemos muito mais. Porque estamos à frente e somos, acima de tudo, os criadores desta tecnologia.

A IA TÁ Aí

Passadas as décadas de especulações ilustradas por uma produção cinematográfica e literária que aterrorizou gerações imprimindo um único e fatal destino para a humanidade que ensinou as máquinas a pensar, as IAs recentemente vieram a público renovando expectativas e pavores através de ferramentas de uso popular.  

Embora as IAs já façam parte da vida de muitas pessoas há alguns anos, o boom de ferramentas como o Chat GPT,  Midjourney e DreamStudio se transformou em divisor de águas neste assunto.

O mundo está maravilhado e assustado. E entre os que se renderam despudoradamente e os receosos intransigentes há aqueles que decidiram lidar com o que tem se apresentado ao mundo de forma prudente transformando este momento em oportunidade.

Assista à playlist do videocast FALA PECEGE sobre o tema "A IA TÁ AÍ" e acompanhe um pouco das discussões sobre Inteligência Artificial e como o Pecege tem lidado com ela.

As Inteligências Artificiais trazem grandes possibilidades de reflexão sobre como nos colocamos neste jogo do aprender e ensinar.

A IA TÁ AQUI

No Pecege temos gostado desta oportunidade de refletir sobre como estamos lidando com o tema.

Como instituto dedicado à inovação e à educação, temos aqui setores e iniciativas que se encontram em diferentes estágios e cultivam diferentes tipos de relação com as IAs mas nosso contato com elas tem sido permanente e crescente há alguns anos.

De produtos inéditos como a Skylar, Inteligência Artificial de tradução e legendagem ao vivo, criada e aprimorada no Pecege à utilização do Sketch Engine nas plataformas de planejamento e avaliação dos nossos cursos e dos que mantemos com parceiros, somos participantes do presente das IAs.

Nas palavras do diretor Daniel Sonoda “A inteligência artificial e as tecnologias avançadas em si têm contribuído muito para a democratização do conhecimento e são uma riqueza para o ambiente das pesquisas acadêmicas. As ferramentas não são vilãs, o crivo para o bom uso destas tecnologias virá da boa educação.”

O RARO É O QUE IMPORTA

Tecnologias vão surgir e se superar. Este é o seu papel. E diante de cada uma que se oferecer como transformadora e irresistível haverá uma habilidade humana a ser aprimorada para manter o raro e o especial no seu lugar de destaque.

O que está em jogo é justamente o ensinar e aprender. Tivemos a oportunidade de ensinar as máquinas a pensar e agora, diante do “pensar” que elas têm poder de nos entregar, estamos aprendendo a lidar com elas.

É esta a exigência que está nos sendo imposta no momento: aprender.

Mais uma vez.

Temos que descobrir como nos manter como público para a criação, dando sentido a ela como seres que desfrutam das entrelinhas, que analisam e dão sentido aos dados, que interpretam imagens, que criam sempre o além. Que, em posse do que as tecnologias oferecem, se empenham em continuar ensinando e aprendendo a pensar.